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T Ó P I C O : PROCAFÉ - MAIOR TOLERÂNCIA AO FRIO EM CAFEEIROS DA CULTIVAR ARARAÇU

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PROCAFÉ - MAIOR TOLERÂNCIA AO FRIO EM CAFEEIROS DA CULTIVAR ARARAÇU


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 20/08/2021 11:53:59


Leonardo Assad Aoun comentou em: 18/08/2021 11:25

 

FOLHA TÉCNICA 575 PROCAFÉ - MAIOR TOLERÂNCIA AO FRIO EM CAFEEIROS DA CULTIVAR ARARAÇU

 

MAIOR TOLERÂNCIA AO FRIO EM CAFEEIROS DA CULTIVAR ARARAÇU

J.B. Matiello, L. Bartelega e Saulo R. Almeida - Engs. Agrs Fundação Procafé; J. Renato Dias, L. Franco, Hernane Souza e Lucas H. Figueiredo – Engs Agrs Fdas Sertãozinho e Célio L. Pereira- Eng Agr FSH

Observações de campo, efetuadas em diversas áreas de cafeeiros atingidos pelas geadas recentes, mostram que plantas da cultivar Araraçu foram mais tolerantes ao efeito do frio.

As geadas que ocorreram nas regiões cafeeiras neste inverno de 2021, especialmente a do final de julho, causaram danos graves, com queimas nas plantas de café, pelo efeito das baixas temperaturas registradas. Esse fenômeno climático adverso aconteceu principalmente no modo de geada típica ou de irradiação, assim sendo mais severo nas partes baixas dos terrenos e, também, em cafeeiros mais jovens.

Na região Sul de Minas, principal área cafeeira do país, a geada foi bem ampla e atingiu um grande número de lavouras, de diversas idades e variedades, incluindo as tradicionais - Mundo Novo e Catuai e outras introduzidas mais recentemente. Isso trouxe a oportunidade da observação do efeito do frio em diferentes materiais genéticos de cafeeiros. Nessa verificação, sobre o comportamento de diversas cultivares, ficou bastante evidente um desempenho superior de plantas da cultivar Araraçu, as quais sempre foram menos afetadas pelo frio, com esse comportamento constante em 6 diferentes regiões onde lavouras foram avaliadas. 

A cultivar Araraçu, foi desenvolvida pela Fundação Procafé. Ela se originou da segregação para porte (alto) dentro do material da cultivar Arara, essa com plantas de porte baixo. As características de boa resistência à ferrugem, os frutos de cor amarela e de favas graúdas, além da produtividade se mantiveram na Araraçu, de forma semelhante às da Arara.

É conhecido que a influência da variedade, quanto ao efeito do frio, varia, de forma ligeira, devido ao porte das plantas e, provavelmente, pela arquitetura das plantas. Também os materiais mais sensíveis ao stress hídrico são mais tolerantes ao frio, e, no mesmo sentido, uma adubação potássica adequada, de forma equilibrada, também tende a minimizar o efeito do frio, devido à maior concentração de sais na seiva das plantas.

No caso da cultivar Araraçu ainda não se conhece bem a razão de sua tolerância ao frio. Na questão do porte, apesar de serem plantas com a característica de porte alto, o fato da maioria das observações de tolerância ter ocorrido em plantas jovens, com menos de 2 anos, indica que havia pouco diferencial de porte. As plantas, tanto da cultivar Araraçu como as de outras cultivares mais atingidas pelo frio, por serem ainda jovens, vegetavam próximas ao solo, em altura bem semelhante entre elas. Também esse diferencial de dano foi observado mesmo em linhas de cafeeiros da cultivar Araraçu localizadas um pouco abaixo, no terreno, em relação às linhas de outros materiais genéticos. Numa observação de tolerância em plantas mais velhas, de 4 anos de idade, mesmo nas suas partes baixas(saia) a queima por geada foi menor. 

Outra característica, que poderia estar relacionada à maior tolerância ao frio, é a capacidade das plantas, por efeito direto ou indireto, de concentrarem mais a sua seiva em sais, principalmente em potássio. As análises foliares feitas com plantas do Araraçu e outras vizinhas, de outras cultivares ,estas de porte baixo, mostraram que em nenhum dos nutrientes (macro e mico) foram observadas diferenças significativas. Pode, evidentemente, haver diferenças em substâncias orgânicas, não analisadas.

Por fim é necessário ponderar que, em condições onde houve danos leve e moderado pelo frio as plantas de Araraçu sempre se mostraram menos afetadas, portanto, mais tolerantes, embora ainda não se conheça a razão desse comportamento. As ilustrações em seguida mostram esse diferencial de dano.  Essa tolerância, no entanto, não é absoluta, sendo que em áreas muito baixas de terrenos, onde as temperaturas do ar podem chegar a níveis, também, muito baixos, elas podem ser afetadas. Ficam, então, as observações aqui expostas, demandando novas verificações e estudos para melhor compreensão dessa tolerância.

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